Beatriz era uma mulher forte, direta, daquelas que fora moldada pelo mundo conforme os desafios que o mundo a obrigava a viver. Muito consciente das suas obrigações, tanto familiares quanto corporativas, Bia, como era carinhosamente chamada, não era uma pessoa exatamente sutil.

Com a sua personalidade forte, quisera o destino, que é algo que ninguém acredita, mas não se acha um que duvide que exista, que ela assumisse um papel importante na área corporativa do órgão em que trabalhava.

Sempre pronta para briga, indo de 0 a 100km em menos tempo que qualquer carro de fórmula 1, ao mesmo tempo, sendo sempre carismática e brincalhona com todos, Bia conquistou todos. Tomava decisões diariamente como quem tomava um cafezinho assim que chegava na empresa, de forma corriqueira e assertiva.

As amizades de Bia extrapolavam o departamento onde trabalhava, era conhecida por onde passava e todos, sem exceção, sabiam da sua personalidade forte, ainda assim, sabe-se Deus como, era querida por todos.

Um belo dia de verão, Bia chegou ao trabalho decidida: “Hoje quero almoçar fora!”. Não era para menos, a empresa possuía refeitório, porém, de tempos em tempos, todos queriam dar uma volta no shopping e almoçar fora, sair do cotidiano fazia bem para todos. Era a chamada “liberdade provisória”, durava um pouco mais de uma hora, mas, era libertador.

Liberdade para comer, beber e passear no shopping! Dar uma volta pelas lojas e, por que não? Comprar umas roupinhas para o dia ficar mais feliz.

Assim que voltaram do almoço, todos foram testemunhas de Bia, que havia sido seduzida por várias roupinhas, dentro de uma salinha de vidro mostrando as roupinhas e, em um dado momento, entrava em uma salinha apertada e saia com outra roupa para desfilar sua beleza para as colegas de trabalho que estavam ali, Luana e Gisele, elogiavam e aplaudiam o desfile.

Lá pela quarta vez entrando na salinha, Chico, um colega de trabalho da seção, murmurou, “Isso não está certo! Vou lá resolver isso!” e se levantou em direção à sala na qual Bia estava se trocando. Todos em volta pensaram na hora nos equipamentos críticos que estavam hospedados lá.

Chico se levantou decidido, batera na porta com firmeza e logo ouviu “Quem é??” , ele respondeu “Biaaa??” ele retrucou “AGORA NÃO!!!!”, ele simplesmente respondeu “Olha acima da porta”.

Um silêncio sepulcral invadiu a sala onde Bia estava, Luana, que a fazia cia naquele exato momento descreveu que ela vagarosamente olhou acima da porta, e achou uma câmera. Luana viu Bia, com a calça no joelho, pulando em direção ao interruptor de luz aos gritos “Apaga a luz, apaga a luz!!”, não se contendo com a inusitada situação, Luana desabou em risadas.

Chico, com sensação de dever cumprido, retornou ao seu lugar como se nada tivesse acontecido, apenas mais um dia comum.

Alguns dizem que a câmera estava desativada, outros dizem que a segurança fingiu que nada aconteceu mas, reza a lenda que até hoje quando Bia escuta alguém desejando se mostrar um vídeo engraçado pelo Whatsapp, um frio percorre sua espinha.

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